quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Encerramento das atividades 2008

No último dia 05, demos início ao encerramento das atividades pedagógicas no Núcleo Cidade de Deus com a culminância do Projeto “Quem lê sabe mais e ultrapassa limites 2008”.
Este é um projeto da nossa Sala de Leitura que tem por objetivo geral o fomento pelo gosto da Leitura. Com isso, tem por missão realizar intervenções pedagógicas com temas transversais em nossas oficinas.
Nos últimos meses, aproveitando o período eleitoral vivenciado por nossa sociedade, realizamos nossas eleições para escolha do nome da nossa Sala de Leitura, que funciona desde março de 2006 e até o momento não tinha identidade própria. Passamos por todas as oficinas, conversando com nossos alunos sobre o poder que temos em mãos com o voto, a importância de voto consciente, a responsabilidade dos nossos governantes e os conceitos de democracia e cidadania. Além disso, foi passado um pouco da história de cada um dos candidatos para escolha do nome da nossa Sala, todos brasileiros, negros ou mestiços que contribuíram para Literatura Brasileira de alguma forma.
A vencedora foi Carolina Maria de Jesus, mulher, negra, moradora de comunidade, catadora de lixo e amante da Literatura.
Mas vamos ao que interessa.
As atividades deste último dia 05 não fariam sentido ter existido sem as parcerias estabelecidas. Contamos com a presença do PROETNO/UNIRIO que realizou oficina pedagógica com nossas crianças. Intervenção do graffiti que por um contratempo não conseguiu grafitar o nome da nossa sala no dia 05, mas o fez logo depois. Apresentações culturais com nossos alunos de teatro e break, além da Dança Afro trazida pelos alunos da AMUNICON, outra instituição da nossa comunidade. Tivemos ainda um vídeo institucional realizado pelos alunos de audiovisual do convênio com o Ministério do Turismo, além da colaboração de Ju Freitas que registrou todo nosso evento.
E para fechar, não poderíamos de deixar de fora o pessoal do curso de gastronomia que fez um delicioso cachorro-quente para a criançada e ao Prezunic que nos doou um enorme e delicioso bolo.

Intervenção do Graffiti

Jú Freitas


Dança Afro AMUNICOM
Jú Freitas


Oficina Pedagógica PROETNO/UNIRIO
Jú Freitas

Os alunos comparecendo em massa
Jú Freitas


Teatro CUFA/CDD
Jú Freitas
Break CUFA/CDD
Jú Freitas

Nosso voluntário de Biblioteconomia
Jú Freitas
Hora do Lanche

Jú Freitas


Gostaríamos de deixar aqui um MUITO obrigado a todos os envolvidos nesse projeto, não só as instituições, mas nossos colegas de trabalho como Priscilane, Clécio, Cristiane e Cris Negro, Luís Roberto, Vinícius que de alguma forma deram sua contribuição para que tudo corresse bem.


Fechamos um ciclo, mas o desafio continua!

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

CUFA-CDD em luta por uma educação de qualidade

Trabalho Voluntário e Reforço Escolar são algumas das ferramentas utilizadas


Entre os meses de julho e agosto a Central Única das Favelas da Cidade de Deus iniciou uma mobilização via Internet em busca de profissionais voluntários em diversas áreas, tendo como objetivo proporcionar reforço escolar aos seus atendidos, entre outras atividades de extrema necessidade para o desenvolvimento destes. A necessidade desse reforço vem de encontro à triste realidade do sistema educacional brasileiro, que por diversos motivos pouco proporciona ao alunado. Assim, a CUFA-CDD se depara, no cotidiano do núcleo da Cidade de Deus, com alguns alunos apresentando dificuldade de aprendizagem na leitura e analfabetismo funcional, entre outros problemas que os levam ao desinteresse e à baixa auto-estima, que podem causar até mesmo evasão escolar.

Por conta dessa realidade, a organização constatou que urgia proporcionar aos alunos de suas oficinas algum tipo de atividade complementar educacional, visando ajudá-los a superar um pouco da defasagem à qual estão sendo relegados. Deste modo, por estar ciente do papel de transformação educacional e social no qual está envolvida, a CUFA-CDD promoveu, de setembro a dezembro de 2008, aulas de reforço escolar para as disciplinas de Português e Matemática.

Para ministrar essas disciplinas tivemos a contribuição da educadora voluntária Grabrielle Santos (estudante de Comunicação da Sociedade Unificada Augusto Motta) e pela educadora Andréa Araújo responsável pelas atividades da Sala de Leitura.

Outra colaboração importante tem sido a do voluntário e estudante de Biblioteconomia da UFRJ, Luís Guilherme, morador da Cidade de Deus, que tem ajudado a CUFA-CDD a sistematizar o trabalho da Sala de Leitura Carolina Maria de Jesus.

Vale a pena ressaltar que todos nós somos responsáveis por um mundo mais humano, justo, solidário, menos desigual e com mais oportunidade para todos. Assim, fica a pergunta: De que maneira um indivíduo pode fazer a sua parte?

Existem várias formas, mas para todas elas é preciso dar o primeiro passo:

Seja um voluntário!!


quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

Atividades de Encerramento do Projeto "Quem Lê Ultrapassa Limites

Atividades de Encerramento do Projeto "Quem Lê Ultrapassa Limites

Não Percam!!!!!!

Na próxima sexta-feira, dia 05/12, a partir das 14h, terão início as atividades de encerramento do ano de 2008, com o Projeto de Leitura "Quem Lê Sabe Mais e Ultrapassa Limites", que tem como objetivo incentivar e construir o hábito de leitura em crianças, adolescentes, jovens e familiares que participam ativamente durante o ano das oficinas realizadas pela instituição.

Durante o ano desenvolvemos atividades de contação de história, além de exibição de filmes, passeios culturais, jogos e brincadeiras, tudo sempre voltado para o lúdico, a fim de despertar nos participantes o pensamento crítico e o desenvolvimento do processo de autonomia.

Neste dia também será oficialmente batizada a Sala de Leitura Carolina Maria de Jesus.


sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Após pouco mais de um mês de processo eleitoral, a Sala de Leitura da CUFA-CDD já tem um nome, já tem uma identidade. Com 111 dos 227 votos (urna+internet), Carolina Maria de Jesus foi eleita a Patrono da nossa Sala de Leitura. O resultado da eleição foi conhecido através da apresentação de um esquete sobre a vida da escritora.



Agradecemos a participação de todos os envolvidos nesse processo eleitoral, em especial aos professores das oficinas pelo tempo cedido em suas aulas, aos alunos do audiovisual, pela colaboração, e à Companhia de Teatro Tumulto, pela elaboração do esquete.
Aproveitamos para ressaltar a importância desse espaço por proporcionar aos seus freqüentadores a democratização do conhecimento. A Sala de Leitura Carolina Maria de Jesus tem como tema "Quem lê sabe mais e ultrapassa limites". Esse é o sentido do nosso trabalho: poder dar aos nossos freqüentadores a possibilidade de eles escreverem uma história um pouco diferente da vivida até este momento.

O DESAFIO É GRANDE, MAS NÃO É IMPOSSÍVEL!

MAIS UMA VEZ AGRADECEMOS A TODOS OS ENVOLVIDOS!

Gostaríamos de convidar toda a Comunidade Cufiana para participar no próximo dia 05 a partir das 14h da culminância deste projeto. Teremos apresenações culturais, oficinas pedagógicas, inauguração da nossa Sala em parceria com o Grafitti.

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Semana Cultural/outubro 2008

Como já é de praxe, a última semana do mês é dedicada a semana cultural, que a cada mês aborda uma temática diferente.


Neste mês de outubro, estamos resgatando brincadeiras antigas. Entitulada de "Quem foi que disse que preciso de brinquedos caros para me divertir?", que visa demonstrar que não precisamos de brinquedos caros para nos divertirmos. Assim, temos previsto a seguinte programação:

27/10 - Contação de Histórias;
29/10 - Confecção de brinquedos com sucatas;
31/10 - Brincadeiras ao ar livre.

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1º encontro: assistimos ao vídeo: Livros Animados - A Cor da Cultura - ep38 que faz um resgate sobre o passado.
Após assistirmos ao vídeo, conversamos com as crianças sobre o mesmo e concluímos o quanto seria interessante que fizéssemos um resgate das brincadeiras dos nossos antepassados.
As crianças ficaram empolgadas com a idéia e partiu de uma delas que fizéssemos uma “entrevista” com nossos avós.
As crianças irão realizar a entrevista com os avós e registrarão as informações.
Eles mesmos pediram para ilustrar a entrevista e que depois criassemos um mural com as entrevistas.
Vamos aguardar as respostas...





2º encontro: a criançada colocou a mão na massa. Com sucatas criaram seus próprios brinquedos. Na realidade o brinquedo era a última coisa em que pensavam, para eles o importante era a farra de mexer com colas coloridas, papéis, tesoura, canetinhas, entre outros.









3º encontro: Resgatamos brincadeiras antigas e que divertiam tanto. Pião, bolas de gude, corda, elástico, amarelinha, etc.




terça-feira, 28 de outubro de 2008

Olha que legal!

Uma das alunas que frequenta com regularidade nossa sala de leitura, acabou de realizar cadastro para empréstimo de livros. Já no primeiro livro que levou para casa no último final de semana, trouxe as produções abaixo.


Que bom que a Sala de Leitura está conseguindo seu objetivo fim, que é o de estimular a prática leitora em nossas crianças, jovens e comunidade.


Muito já se conseguiu! Mas ainda há muito a ser conquistado!


Samantha Peichoto da Silva (8 anos - 1ª série) Livro: Coisa - Ruth Rocha

E você? Qual livro está lendo no momento?




Eleições 2008!!!!!!!!!!!!!

A Sala de Leitura têm realizado intervenções pedagógicas nas oficinas da CUFA/CDD em torno da temática: Eleições.

Aproveitamos o momento que passamos neste mês, para trabalhar a importância da consciência política que cabe a todos nós. Com isso, aproveitamos também para fazer um gancho com as eleições para escolha do nome da nossa sala.

Alunos do Teatro!




Alunos do Basquete!


Alunos da Informática!


E você? Já participou?
Vote em nosso blog!
Faltam poucos dias!

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Despedida de Karlana



"Nunca desista dos seus sonhos, por mais distantes que eles pareçam estar de você, pois quem desiste daquilo que ama está designado a uma vida de tristezas e limites. Aquele que batalha, sempre terá a felicidade das vitórias que conseguir. Um dia, o seu sonho irá tornar-se em realidade, e você verá que valeu a pena todos os esforços e sacrifícios para alcançá-lo".
Autor Desconhecido
Como muitos já sabem, a Karlana, Educadora da Sala de Leitura - CDD, está deixando a CUFA por motivos de mudança de estado.
Essa foi uma pequena homenagem prestada em agradecimento a tudo que realizou por este espaço.
Sentiremos sua falta!
Seja muito feliz em sua nova jornada!

sábado, 18 de outubro de 2008

CALENDÁRIO DAS ATIVIDADES: eleições para escolha do nome da Sala de Leitura

15/11 - ENCERRAMENTO DA ELEIÇÃO.

20/11 - APRESENTAÇÃO DE ESQUETES SOBRE OS CANDIDATOS COM ALUNOS DO CURSO DE TEATRO DA CUFA / MINISTÉRIO DO TURISMO.
DIVULGAÇÃO DO RESULTADO DA ELEIÇÃO.

05/12 - REALIZAÇÃO DO PROJETO "QUEM LÊ SABE MAIS E ULTRAPASSA LIMITES"2008.

TEREMOS:

*INAUGURAÇÃO DA SALA DE LEITURA COM INTERVENÇÃO DE GRAFITTE;

*OFICINAS PEDAGÓGICAS REALIZADAS PELO PROETNO (NIESC/UNIRIO);

*APRESENTAÇÃO DE ATIVIDADES CULTURAIS;

*EXIBIÇÃO DO DOCUMENTÁRIO DA SALA DE LEITURA REALIZADO EM PARCERIA COM OS ALUNOS DO CURSO DE AUDIOVISUAL-CUFA/MINISTÉRIO DO TURISMO;

*APRESENTAÇÃO DE PEÇA TEATRAL.

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

Q UA R T O D E D E S P E J O

Trechos do Diário de Carolina Maria de Jesus

Estes são trechos do diário de Carolina
Maria de Jesus, moradora da favela do Canindé,
em São Paulo, catadora de lixo e mãe de três
fi lhos. Transcrevemos suas palavras letra por letra,
desconsiderando o fato de que ela escreve fora da
norma culta e no ano de 1955, antes da Reforma
Ortográfi ca.

15 de julho de 1955
Aniversário de minha filha Vera Eunice.
Eu pretendia comprar um par de sapatos para ela.
Mas o custo dos gêneros alimenticios nos impede
a realização dos nossos desejos. Atualmente somos
escravos do custo de vida. Eu achei um par de sapatos
no lixo, lavei e remendei para ela calçar.
Eu não tinha um tostão para comprar pão.
Então eu lavei 3 litros e troquei com o Arnaldo.
Êle fi cou com os litros e deu-me pão. Fui receber o
dinheiro do papel. Recebi em 65 cruzeiros. Comprei
20 de carne. 1 quilo de toucinho e 1 quilo de açucar
e sis cruzeiros de queijo. E o dinheiro acabou-se.
Passei o dia indisposta. Percebi que estava
resfriada. A noite o peito doia-me. Comecei tussir.
Resolvi não sair a noite para catar papel. Procurei
meu fi lho João José. Êle estava na rua Felisberto de
Carvalho, perto do mercadinho. O onibus atirou um
garoto na calçada e a turba afl uiu-se. Êle estava no
nucleo. Dei-lhe uns tapas e em cinco minutos êle
chegou em casa.
Ablui as crianças, aleitei-as e ablui-me e
aleitei-me. Esperei até as 11 horas, um certo alguem.
Êle não veio. Tomei um melhoral e deitei-me
novamente. Quando despertei o astro rei deslizava no
espaço. A minha fi lha Vera Eunice dizia: – Vai buscar
água mamãe!
17 de julho de 1955
Domingo. Um dia maravilhoso. O céu azul
sem nuvem. O sol está tepido. Deixei o leito as 6,30.
Fui buscar agua. Fiz café. Tendo só um pedaço de
pão e 3 cruzeiros. Dei um pedaço a cada um, puis
feijão no fogo que ganhei ontem do Centro Espirita
da Rua Vergueiro 103. Fui lavar minhas roupas.
Quando retornei do rio o feijão estava cosido. Os
fi lhos pediram pão. Dei os 3 cruzeiros ao João José
para ir comprar pão. Hoje é a Nair Mathias quem
começou impricar com os meus fi lhos. A Silvia e o
espôso já iniciaram o espetaculo ao ar livre. Êle está
lhe espancando. E eu estou revoltada com o que as
crianças presenciam. Ouvem palavras de baixo calão.
Oh! se eu pudesse mudar daqui para um nucleo mais
decente.
Fui na D. Florela pedir um dente de alho. E
fui na D. Analia. E recebi o que esperava:
— Não tenho!
Fui torcer as minhas roupas. A D. Aparecida
perguntou-me:
— A senhora está gravida?
— Não senhora — respondi gentilmente.
E lhe chinguei interiormente. Se estou gravida
não é de sua conta. Tenho pavor destas mulheres da
favela. Tudo quer saber! A lingua delas é como os pés
de galinha. Tudo espalha. Está circulando rumor que
eu estou gravida! E eu, não sabia!
Saí a noite, e fui catar papel. Quando eu
passava perto do campo do São Paulo, varias pessoas
saiam do campo. Todas branca, só um preto. E o preto
começou insultar-me:
— Vai catar papel, minha tia? Olha o buraco,
minha tia.
Eu estava indisposta. Com vontade de deitar.
Mas, prossegui. Encontrei varias pessoas amigas
e parava para falar. Quando eu subia a Avenida
Tiradentes encontrei umas senhoras. Uma perguntoume:
— Sarou as pernas?
Depois que operei, fi quei bôa, graças a Deus.
E até pude dançar no Carnaval, com minha fantasia de
penas. Quem operou-me foi o Dr. José Torres Netto.
Bom médico. E falamos de politicos. Quando uma
senhora perguntou-me o que acho do Carlos Lacerda,
respondi concientemente:
— Muito inteligente. Mas não tem iducação.
É um politico de cortiço. Que gosta de intriga. Um
agitador.
Uma senhora disse que foi pena! A bala que
pegou o major podia acertar no Carlos Lacerda.
— Mas o seu dia... chegará — comentou
outra.
Varias pessoas afl uiram-se. Eu, era o alvo da
atenções. Fiquei apreensiva, porque eu estava catando
papel, andrajosa (...) Depois, não mais quiz falar com
ninguem, porque precisava catar papel. Precisava de
dinheiro. Eu não tinha dinheiro em casa para comprar
pão. Trabalhei até as 11,30. Quando cheguei em casa
era 24 horas. Esquentei a comida, dei para a Vera
Eunice, jantei e deite-me. Quando despertei, os raios
solares penetrava pelas frestas do barracão.
Carolina Maria de Jesus


Fonte: Jornal PlásticoBolha dos estudantes de Letras da PUC- Rj

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

ULTIMO TEXTO DE LIMA BARRETO...CONFIRAM

Quase ela deu o "sim", mas...
Lima Barreto
João Cazu era um moço suburbano, forte e saudável, mas pouco ativo e amigo do trabalho.

Vivia em casa dos tios, numa estação de subúrbios, onde tinha moradia, comida, roupa, calçado e algum dinheiro que a sua bondosa tia e madrinha lhe dava para os cigarros.

Ele, porém, não os comprava; "filava-os" dos outros. "Refundia" os níqueis que lhe dava a tia, para flores a dar às namoradas e comprar bilhetes de tômbolas, nos vários "mafuás", mais ou menos eclesiásticos, que há por aquelas redondezas.

O conhecimento do seu hábito de "filar" cigarros aos camaradas e amigos, estava tão espalhado que, mal um deles o via, logo tirava da algibeira um cigarro; e, antes de saudá-lo, dizia: —Toma lá o cigarro, Cazu.Vivia assim muito bem, sem ambições nem tenções. A maior parte do dia, especialmente a tarde, empregava ele, com outros companheiros, em dar loucos pontapés, numa bola, tendo por arena um terreno baldio das vizinhanças da residência dele ou melhor: dos seus tios e padrinhos.

Contudo, ainda não estava satisfeito. Restava-lhe a grave preocupação de encontrar quem lhe lavasse e engomasse a roupa, remendasse as calças e outras peças do vestuário, cerzisse as meias, etc., etc.

Em resumo: ele queria uma mulher, uma esposa, adaptável ao seu jeito descansado.

Tinha visto falar em sujeitos que se casam com moças ricas e não precisam trabalhar; em outros que esposam professoras e adquirem a meritória profissão de "maridos da professora"; ele, porém, não aspirava a tanto.Apesar disso, não desanimou de descobrir uma mulher que lhe servis convenientemente.

Continuou a jogar displicentemente, o seu football vagabundo e a viver cheio de segurança e abundância com os seus tios e padrinhos.

Certo dia, passando pela porteira da casa de uma sua vizinha mais ou menos conhecida, ela lhe pediu:

— "Seu" Cazu, o senhor vai até à estação?

— Vou, Dona Ermelinda.

— Podia me fazer um favor?

— Pois não.

— É ver se o "Seu" Gustavo da padaria "Rosa de Ouro", me pode ceder duas estampilhas de seiscentos réis. Tenho que fazer um requerimento ao Tesouro, sobre coisas do meu montepio, com urgência, precisava muito.

— Não há dúvida, minha senhora.

Cazu, dizendo isto, pensava de si para si: ,'É um bom partido. Tem montepio, é viúva; o diabo são os filhos!" Dona Ermelinda, à vista da resposta dele, disse:

— Está aqui o dinheiro.

Conquanto dissesse várias vezes que não precisava daquilo — o dinheiro — o impenitente jogador de football e feliz hóspede dos tios, foi embolsando os nicolaus, por causa das dúvidas.

Fez o que tinha a fazer na estação, adquiriu as estampilhas e voltou para entregá-las à viúva.

De fato, Dona Ermelinda era viúva de um contínuo ou cousa parecida de uma repartição pública. Viúva e com pouco mais de trinta anos, nada se falava da sua reputação.

Tinha uma filha e um filho que educava com grande desvelo e muito sacrifício.

Era proprietária do pequeno chalet onde morava, em cujo quintal havia laranjeiras e algumas outras árvores frutíferas.

Fora o seu falecido marido que o adquirira com o produto de uma "sorte" na loteria; e, se ela, com a morte do esposo, o salvara das garras de escrivães, escreventes, meirinhos, solicitadores e advogados "mambembes", devia-o à precaução do marido que comprara a casa, em nome dela.

Assim mesmo, tinha sido preciso a intervenção do seu compadre, o Capitão Hermenegildo, a fim de remover os obstáculos que certos " águias" começavam a pôr, para impedir que ela entrasse em plena posse do imóvel e abocanhar-lhe afinal o seu chalézito humilde.

De volta, Cazu bateu à porta da viúva que trabalhava no interior, com cujo rendimento ela conseguia aumentar de muito o módico, senão irrisório montepio, de modo a conseguir fazer face às despesas mensais com ela e os filhos.

Percebendo a pobre viúva que era o Cazu, sem se levantar da máquina, gritou:

— Entre, "Seu" Cazu.

Estava só, os filhos ainda não tinham vindo do colégio. Cazu entrou.

Após entregar as estampilhas, quis o rapaz retirar-se; mas foi obstado por Ermelinda nestes termos:

— Espere um pouco, "Seu" Cazu. Vamos tomar café.

Ele aceitou e, embora, ambos se serviram da infusão da "preciosa rubiácea" , como se diz no estilo "valorização".

A viúva, tomando café, acompanhado com pão e manteiga, pôs-se a olhar o companheiro com certo interesse. Ele notou e fez-se amável e galante, demorando em esvaziar a xícara. A viuvinha sorria interiormente de contentamento. Cazu pensou com os seus botões: "Está aí um bom partido: casa própria, montepio, renda das costuras; e além de tudo, há de lavar-me e consertar a roupa. Se calhou, fico livre das censuras da tia..."

Essa vaga tenção ganhou mais corpo, quando a viúva, olhando-lhe a camisa, perguntou:

— "Seu " Cazu, se eu lhe disser uma cousa, o senhor fica zangado?

— Ora, qual, Dona Ermelinda?

— Bem. A sua camisa está rasgada no peito.

O senhor traz " ela" amanhã, que eu conserto "ela".Cazu respondeu que era preciso lavá-la primeiro; mas a viúva prontificou-se em fazer isso também. O player dos pontapés, fingindo relutância no começo, aceitou afinal; e doido por isso estava ele, pois era uma " entrada" , para obter uma lavadeira em condições favoráveis.

Dito e feito: daí em diante, com jeito e manha, ele conseguiu que a viúva se fizesse a sua lavadeira bem em conta.

Cazu, após tal conquista, redobrou de atividade no football, abandonou os biscates e não dava um passo, para obter emprego. Que é que ele queria mais? Tinha tudo...

Na redondeza, passavam como noivos; mas não eram, nem mesmo namorados declarados.

Havia entre ambos, unicamente um "namoro de caboclo", com o que Cazu ganhou uma lavadeira, sem nenhuma exigência monetária e cultivava-o carinhosamente.

Um belo dia, após ano e pouco de tal namoro, houve um casamento na casa dos tios do diligente jogador de football. Ele, à vista da cerimônia e da festa, pensou: "Porque também eu não me caso? Porque eu não peço Ermelinda em casamento? Ela aceita, por certo; e eu..."

Matutou domingo, pois o casamento tinha sido no sábado; refletiu segunda e, na terça, cheio de coragem, chegou-se à Ermelinda e pediu-a em casamento.

— É grave isto, Cazu. Olhe que sou viúva e com dois filhos!

— Tratava "eles" bem; eu juro!

— Está bem. Sexta-feira, você vem cedo, para almoçar comigo e eu dou a resposta.Assim foi feito. Cazu chegou cedo e os dous estiveram a conversar. Ela, com toda a naturalidade, e ele, cheio de ansiedade e, apreensivo.

Num dado momento, Ermelinda foi até à gaveta de um móvel e tirou de lá um papel.

— Cazu — disse ela, tendo o papel na mão— você vai à venda e à quitanda e compra o que está aqui nesta "nota".

É para o almoço.Cazu agarrou trêmulo o papelucho e pôs-se a ler o seguinte:

1 quilo de feijão. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .600 rs.

1/2 de farinha. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 200 rs.

1/2 de bacalhau. . . . . . . . . . . .. . . . . . . .1.200 rs.

1/2 de batatas. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 360 rs.

Cebolas. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 200 rs.

Alhos. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .100 rs.

Azeite. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 300 rs.

Sal. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 100 rs.

Vinagre. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 200 rs

.. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3.260 rs.

Quitanda:

Carvão. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ...280 rs.

Couve. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ....200 rs.

Salsa. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ...100 rs.

Cebolinha. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ......100 rs.

tudo: . . . . . . . . . . . ..............................3.860 rs.

Acabada a leitura, Cazu não se levantou logo da cadeira; e, com a lista na mão, a olhar de um lado a outro, parecia atordoado, estuporado.

— Anda Cazu, fez a viúva. Assim, demorando, o almoço fica tarde...

— É que...— Que há?

— Não tenho dinheiro.

— Mas você não quer casar comigo? É mostrar atividade meu filho! Dê os seus passos... Vá! Um chefe de família não se atrapalha... É agir !

João Cazu, tendo a lista de gêneros na mão, ergueu-se da cadeira, saiu e não mais voltou...
(mantida a grafia da época) LIMA BARRETO

terça-feira, 30 de setembro de 2008

ESCOLHA DO NOME DA SALA DE LETURA CUFA/ CIDADE DE DEUS

O núcleo da CUFA na Cidade de Deus possui uma sala de leitura com aproximadamente 400 livros e 300 leitores cadastrados entre 06 e 60 anos, onde são realizadas pesquisas escolares, contação de histórias e atividades pedagógicas que abordam temas diversos relacionando-os com o Projeto Político Pedagógico/2008 do Núcleo, além de empréstimos de livros.

Esse espaço é de democratização do acesso ao livro na favela onde “os verdadeiros donos da biografia são a grande maioria que daria um Livro por dia sobre arte, honestidade e sacrifício”*, mas não são os que estampam as manchetes dos jornais.

Mas nossa Sala de leitura ainda não tem nome! E pensamos em “batizá-la” com nomes de personalidades negras representativas para nós, povo da periferia, que nos remeta a força presente na luta daqueles que lutaram e lutam para se firmar como sujeitos de SUA/NOSSA história!!!

Durante esta semana apresentaremos 05 nomes com breves biografias....mas queremos o debate e aceitamos sugestões!!!!

*Hey Joe-Jimmy Hendrix-versão O Rappa

Personalidades para o nome da Sala de Leitura

LIMA BARRETO
Afonso Henriques de Lima Barreto nasceu no Rio de Janeiro em 1881 e aqui morreu em 1922. Estudou engenharia, mas interrompeu o curso e foi ser funcionário da secretaria do Ministério da Guerra. Dedicou-se, desde o tempo de estudante, às letras. Escreveu nas principais revistas de sua época, como "Fon-Fon", "Careta", "O Malho", "Brás Cubas" e muitas outras. Grande parte de sua notável obra literária foi de cunho satírico e humorístico, servindo de exemplo "Os Bruzundangas" e "Triste Fim de Policarpo Quaresma". Merecem também destaques seus romances "Recordações do Escrivão Isaias Caminha", "Vida e Morte de M. J. Gonzaga de Sá" e "Clara dos Anjos".
Deixou muitos contos, além dos constantes de seu livro "Histórias e Sonhos".
Lima Barreto militou na imprensa, lutando contra as injustiças sociais e os preconceitos de raça, de que ele próprio era vítima. Em 1914 passou dois meses internado no Hospício Nacional, para tratamento do alcoolismo. Neste mesmo ano foi aposentado do serviço público por um decreto presidencial. Em 1919 o escritor foi internado novamente num sanatório. As experiências deste período foram narradas pelo próprio Lima Barreto no livro "Cemitério dos Vivos".
Fonte: www.educacao.uol.com.br/biografias

CAROLINA MARIA DE JESUS
Carolina Maria de Jesus nasceu em Sacramento, interior de Minas Gerais, em 14 de março de 1914. Estudou até o segundo ano primário. Migrou para São Paulo em 1947, indo morar na extinta favela do Canindé, na zona norte. Nessa cidade, trabalha como doméstica, não se adaptando, contudo, a esse tipo de trabalho. Passa a trabalhar como catadora de papel, trabalho que realiza até sua morte, em 1977. Carolina nunca se casou e teve três filhos.
Até aqui, temos uma história que poderia ser a de qualquer outra mulher brasileira pobre: negra, semi-alfabetizada, favelada, como tantas que existem pelo Brasil afora, não fosse por um detalhe – a paixão de Carolina Maria de Jesus pela leitura e pela escrita. Carolina dividia seu tempo entre catar papel, cuidar dos filhos e escrever.
Em meados da década de 1960, o jornalista Audálio Dantas, ao visitar a favela do Canindé para escrever uma matéria sobre a expansão do local, conhece Carolina, que lhe entrega os manuscritos de seu diário. Surge então seu primeiro livro, Quarto de despejo, livro-diário em que relata a fome cotidiana, a miséria, os abusos e preconceitos sofridos por ela, seus filhos e outros moradores da favela.
Quarto de despejo foi lançado pela Livraria Francisco Alves em agosto de 1960 e editado oito vezes no mesmo ano; mais de 70 mil exemplares foram vendidos na época. Para se ter uma idéia do sucesso, para uma tiragem então ser considerada bem-sucedida, era preciso alcançar a margem de, aproximadamente, quatro mil exemplares. Nos cinco anos seguintes, Quarto de despejo foi traduzido para 14 idiomas e alcançou mais de 40 países, como Dinamarca, Holanda, Argentina, França, Alemanha, Suécia, Itália, Tchecoslováquia, Romênia, Inglaterra, Estados Unidos, Rússia, Japão, Polônia, Hungria e Cuba.
Fonte:www.acevos.ims.uol.com.br

SOLANO TRINDADE
Solano Trindade nasceu no Recife a 24 de julho de 1908. Lá criou em 1932 a Frente Negra Pernambucana, mas o movimento não vingou.
Poeta, cineasta, pintor, homem de teatro e um dos maiores animadores culturais brasileiros do seu tempo, o pernambucano Francisco Solano Trindade foi, para vários críticos, o criador da poesia "assumidamente negra" no Brasil.
Viveu no eixo Rio-São Paulo e, ao mesmo tempo em que sua obra ganhava fama entre a crítica nacional e repercussão no exterior, nunca deixou de realizar oficinas para operários, estudantes e desempregados.
Em 1944, por conta do poema Tem Gente com Fome, foi preso e teve o livro "Poemas de uma Vida Simples" apreendido. Em 1964, um dos seus quatro filhos (Francisco) morreu numa prisão da ditadura militar. A 20/02/ 1974, Solano Trindade morreu, num hospital no Rio de Janeiro.
Depois que deixou o Recife e fixou residência no Rio de Janeiro, Solano Trindade foi o idealizador do I Congresso Afro-Brasileiro e, anos mais tarde (1945), criou, com Abadias do Nascimento, o Teatro Experimental do Negro.
Depois (1950), concretizou um dos seus grandes sonhos, fundando, com apoio do sociólogo Edson Carneiro, o Teatro Popular Brasileiro (TPB). Em 1955 criou o Brasiliana, grupo de dança brasileira que bateu recorde de apresentações no exterior.
Todo o trabalho de Solano Trindade (quer no teatro, dança, cinema ou literatura) tinha como características marcantes o resgate da arte popular e, sobretudo, a luta em prol da independência cultural do negro no Brasil.
Fonte: www.pe-az.com/biografias/ www.portalafro.com.br/literatura

JOEL RUFINO DOS SANTOS
Nascido no bairro Cascadura, Zona Norte do Rio de Janeiro, o historiador, professor e escritor Joel Rufino dos Santos (Rio de Janeiro) é uma das principais referências no Brasil quando se trata de cultura africana. É Doutor em Comunicação e Cultura pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
Joel Rufino é autor de diversos livros, tanto obras infantis quanto didáticos e para-didáticos. Foi preso e exilado durante a ditadura militar. Também já trabalhou como consultor nas minisséries da Rede Globo, Abolição e República, transmitidas, respectivamente, em 1988 e 1989.
Fonte:wikipédia

MILTON SANTOS

O Prof. Dr. Milton Santos (Milton de Almeida Santos ou Milton Almeida dos Santos), nasceu em Brotas de Macaúbas, no interior da Bahia, no dia 03 de Maio de 1926. Geógrafo e livre pensador brasileiro, homem amoroso, afável, fino, discreto e combativo, dizia que a maior coragem, nos dias atuais, é pensar, coragem que sempre teve. Doutor honoris causa em vários países, ganhador do prêmio Vautrin Lud, em 1994 ( o prêmio Nobel da geografia), professor em diversos países (em função do exílio político causado pela ditadura de 1964), autor de cerca de 40 livros e membro da Comissão Justiça e Paz de São Paulo, entre outros.
O Prof. Milton Santos formou-se em Direito no ano de 1948, pela UFBA (Universidade Federal da Bahia), foi professor em Ilhéus e Salvador, autor de livros, que surpreenderam os geógrafos brasileiros e de todo o mundo, pela originalidade e audácia: "O Povoamento da Bahia" (48), "O Futuro da Geografia" (53), "Zona do Cacau" (55) entre muitos outros. Em 1958, já voltava da Universidade de Estrasburgo, da França, com o doutorado em Geografia, trabalhou no jornal "A Tarde" e na CPE (Comissão de Planejamento Econômico-BA), precursora da Sudene, foi preso em 1964 e exilado. Passou o período entre 1964 a 1977 ensinando na França, Estados Unidos, Canadá, Peru, Venezuela, Tânzania; escrevendo e lutando por suas idéias. Foi o único brasileiro e receber um "prêmio Nobel", o Vautrin Lud, que é como um Nobel de Geografia. Outras de suas magistrais obras são: "Por Uma Outra Globalização" e "Território e Sociedade no Século XXI" (editora Record) .
Milton Santos morreu em São Paulo, no dia 24 de Junho de 2001, aos 75 anos.
Fonte:www.nossosaopaulo.com.br

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Feira da Cultura Popular – Espaço Cultural da CUFA- Cidade de Deus



Proporcionar eventos que facilitem e divulguem o acesso à cultura popular é o objetivo do nosso Espaço Cultural da CUFA - Cidade de Deus. Por isso, a Central Única das Favelas convida você e todos da comunidade a participarem da Feira da Cultura Popular, a ser realizada no dia 25 de setembro, às 14h, no local.

Com o apoio do Ministério do Turismo e do Ceasa, a Feira tem por objetivo realizar atividades voltadas para a valorização da cultura popular, abordando um pouco das diversidades culturais brasileiras através da apresentação de rodas de capoeira, músicas regionais, comidas típicas, entre outras atividades.

A entrada é gratuita e o Espaço Cultural da CUFA - Cidade de Deus fica localizado na Rua José de Arimatéia, 90 – Cidade de Deus.

Não perca !!!!!

terça-feira, 9 de setembro de 2008

ATIVIDADES DO MÊS DE SETEMBRO

04/09 - Cidadania e Auto-Estima:
“Amanhecer Esmeralda”- 14h

06/09 - Atividade de Leitura:
“Cabidelim, o doce monstrinho”- Silvia Orthoff -14h

08/09 - Meu país, minha cidade, minha casa - 14h

10/09 – O que é cidadania? -14h

12/09 - Atividade de Leitura:
“Um pipi choveu aqui” - Silvia Orthoff. 14h

15/09 - Formação Cidadã: Direitos e Deveres Fundamentais. 14h

17/09 - Formação Cidadã: Direitos e Deveres das Crianças. 14h

19/09 - Atividade de Leitura:
“O rei sapo”- Irmãos Grimm-14h

22/09 – O que é democracia?

22/09 - A Cidade do Rio de Janeiro ontem e hoje.-14h

24/09 – As funções do prefeito e do vereador.-14h

26/09 - Atividade de leitura:
“Os três porquinhos”-Irmão Grimm-14h

29/09- Eleições 2008

terça-feira, 19 de agosto de 2008

História do Mês de Agosto



Cabidelim, o doce monstrinho de Sylvia Ortoff



Era uma vez um doce monstrinho chamado Cabidelim.

Cabidelim era assim:

olhos pestanudos, cara redonda,

nariz de batata, daquela batata que está brotando, sabe?

No lugar das orelhas Cabidelim tinha braços ouvintes, muito carinhosos. Qualquer pessoa que viesse conversar com Cabidelim era escutado e abraçado.Pra escutar melhor, Cabidelim abraçava bem abraçadinho, pois seus braços ouvintes, desse jeito, ouviam melhor.

(...)

Apenas uma pequena amostra do conto da grande Sylvia Ortoff que estaremos trabalhando durante esse mês na Sala de Leitura



UM POUCO DE...

SILVIA ORTHOF

Nasceu no Rio de Janeiro, em 3 de setembro de 1932, e faleceu em Petrópolis, em 24 de julho de 1997. Foi professora de televisão e de teatro, onde se consagrou como atriz, diretora, cenógrafa e escritora. Deixou vasta obra escrita que se caracteriza pelo humor e inteligência. Ganhou inúmeros prêmios pelos seus trabalhos.

segunda-feira, 14 de julho de 2008

PROGRAMAÇÃO: Eleições 2008 CUFA

Os debates acontecerão no Auditório da CUFA Cidade de Deus às sextas-feiras de agosto e setembro das 15h às 17h.

Candidatos Convidados:
1º de Agosto: Alessandro Molon
08 de agosto: Chico Alencar
15 de agosto: Marcelo Crivella
22 de agosto: Jandira Feghali
29 de agosto: Fernando Gabeira
12 de setembro: Solange Amaral

Endereço: Rua José de Arimatéia,
nº. 90 ( prédio da Assoc. de Moradores)- Cidade de Deus.
Telefone: 2426-0893

"Eleições 2008 CUFA" - Prefeitura do Rio de Janeiro

A CUFA - Central Única das Favelas - vai promover, na Cidade de Deus, um encontro entre jovens líderes de várias comunidades e os candidatos à Prefeitura do Rio de Janeiro.
Durante os meses de agosto e setembro, os candidatos vão apresentar suas propostas aos eleitores e representantes das comunidades assistidas pela CUFA.
Cada encontro terá duração de duas horas; Será aberto por MV Bill e Nega Gizza que apresentarão o candidato convidado.
Em seguida o candidato falará de seus planos de trabalho para o Rio e para as comunidades.
Os jovens presentes poderão debater com o candidato, expondo as necessidades das comunidades, falando de suas expectativas quanto à nova representatividade.
É a CUFA representando um Rio de Janeiro e um Brasil mais consciente, crítico e politicamente ativo!

segunda-feira, 7 de julho de 2008

Semana Cultural junho/julho











A semana cultural da Cufa Cdd tem por objetivo aproximar a comunidade do hábito da leitura, entendendo que esta passa não só pelos livros, mas pelo contato com as mais diversas manifestações culturais.




Nesta edição tivemos no dia 30 de junho, encontro com a escritora Mariana Valle, repleto de muita poesia, música e pintura. No dia 03 de julho assistimos ao filme “Central do Brasil”, e para encerrar no dia 04 de julho o teatro da CUFA na Cidade de Deus foi palco de um passeio pelas diversas culturas através da dança.





Numa parceria com organizações que atuam na comunidade, como a Unicom e a Casa de Santana tivemos uma tarde com balé clássico, balé moderno, dança afro, break e capoeira.
Contamos também com a presença da E.M. Leila Barcellos e com a participação do ator Ricardo Andrade da Cia de Teatro Tumulto que tornou a tarde um verdadeiro programa de auditório, divertindo, informando e brincando com o público presente.



A dança como manifestação presente em todas as culturas faz uma interpretação corporal e rítmica da realidade, onde leitor/ espectador é levado a sensações, curiosidades e reflexões que nos levam à leitura crítica do mundo.

segunda-feira, 23 de junho de 2008

SEMANA CULTURAL
JUNHO/JULHO- 2008

Convidamos você para uma viagem pelo mundo das diversas manifestações culturais !!!!


30 de junho-ENCONTRO COM ESCRITOR.
LOCAL-Sala de Leitura da CUFA
HORÁRIO- 14H


03 DE JULHO-EXIBIÇÃO DO FILME: “CENTRAL DO BRASIL”.
LOCAL: Auditório da CUFA
HORÁRIO: 14H


04 DE JULHO-APRESENTAÇÃO DE DANÇAS: BALÉ, DANÇA AFRO, BREAK , JAZZ E AINDA CAPOEIRA E CORAL.
LOCAL-Auditório da CUFA
HORÁRIO-14H

LOCAL: ESPAÇO CULTURAL DA CIDADE DE DEUS
Rua José de Arimatéia, 90- Cdd
Prédio da Assoc. dos Moradores da Cidade de Deus

PARCEIROS:
Unicom e Casa de Santana

sexta-feira, 6 de junho de 2008

DICA DE LEITURA

Prosseguindo o trabalho com as obras da escritora Ana Maria Machado,hoje dia 06 de junho de 2008, lemos o livro Palavras, palavrinhas e palavrões. O livro trata da relação, por vezes conflituosa, da criança,"mundo"das palavras e o "mundo "dos adultos.
Nós da sala de leitura da cdd, acreditamos que a palavra como instrumento de poder, deve ser exercitada palas crianças e a leitura como instrumento de reflexão é um importante mecanismo para que a palavra PODER passe para o lado de cá.Até mais....

DOIS E DOIS QUATRO

Ferreira Gullar

Como dois e dois são quatro
Sei que a vida vale a pena
embora o pão seja caro
e a liberdade pequena

Como teus olhos são claros
e a tua pele, morena

como é azul o oceano
e a lagoa, serena

Como um tempo de alegria
por trás do terror me acena

e a noite carrega o dia
no seu colo de açucena

- sei que dois e dois são quatro
sei que a vida vale a pena

mesmo que o pão seja caro
e a liberdade pequena.

terça-feira, 3 de junho de 2008

A IMPORTÂNCIA DO ATO DE LER

COMO PODEMOS INCENTIVAR A LEITURA EM CASA:

Incentive seus filhos a lerem todo o dia. Ler, assim como praticar esportes e tocar um instrumento musical requer exercício.

Incentive seu filho o hábito de freqüentar biblioteca.


Leia em voz alta para o seu filho.


Comece a ler para o seu filho desde pequeno.

Elogie a leitura do seu filho. Ao invés de dizer que ele não sabe ou não é capaz, comemore com ele todos os avanços na leitura.

ATIVIDADES JUNHO 2008

SALA DE LEITURA

02/06 - Construção do mural: “Personalidades Negras”.
04/06 - Hora da leitura: “D. Baratinha”, recontada por Ana Maria Machado-14h.
Pesquisa na internet: vida e obra de Ana Maria Machado-15h.
06/06 - Conhecendo espaços de cultura popular e cultura de elite -14h.
09/06 - Construção de painel com espaços de cultura popular e cultura de elite -14h.
11/06 - Hora da leitura: “Pimenta no cocuruto”, de Ana Maria Machado -14h.
13/06 - Elaboração de roteiros de visitas aos espaços culturais da cidade -14h.
16/06- As diversas obras de artistas populares e eruditos -14h.
18/06 - Hora da Leitura: “Era uma vez um ditador”, de Ana Maria Machado -10h.
20/06 - Exposição de trabalhos inspirados em artistas populares -14h.

SEMANA CULTURAL

23/06 - Exibição do filme " Central do Brasil"
27/06 - Apresentação de grupo de dança da comunidade-14h.
30/06 - Encontro com um Escritor.

quinta-feira, 29 de maio de 2008

CUFA CDD FAZ PARCERIA COM Mac’Donald’s PARA COMEMORAR ANIVERSARIANTES DO MÊS

No último dia 26, vinte crianças, todas envolvidas em oficinas e atividades da Cufa Núcleo da Cidade de Deus puderam comemorar seus aniversários no Mac’Donald’s do Barra Shopping.A parceria firmada entre a Equipe Social da CUFA CDD e o Mac’Donald’s garante que até o final do ano, todos os meses, os aniversariantes poderão passar a tarde na lanchonete,participando de atividades de pintura, desenho, ouvindo histórias e lanchando.

DEPOIMENTOS DAS CRIANÇAS
“Foi muito bom, só acho que deveriam nos dar dois lanches...”
Roberto Cardoso, 13 anos da oficina de teatro.

“Eu gostei das brincadeiras”.
Matheus Cardoso, 13 anos oficina de teatro.

“Eu gostei das tias, das fotos e das pinturas”.
Breno Marinho, Oficina de Futebol.

“Eu gostei das historinhas e da pintura do rosto”.
Alexandra Mourão. Oficina de teatro.

“Foi a primeira vez que vim ao Mac’Donald’s, gostei muito da pintura do rosto,das atividades e das brincadeiras”.
Carolina Rodrigues da Costa-Oficina de Teatro.

“Gostei das atividades, da pintura de tudo!!!...adorei, foi a primeira vez que vim ao Mac’Donald’s.
Jessiane Rodrigues da Costa.Oficina de Teatro.

“Achei bom o passeio, gostei de um monte de coisas...”
Luis Rafael, 9 anos - Oficina de Teatro.

“Achei o passeio muito bom, gostei do lanche”.
Alice Mourão, 4 anos- Sala de Leitura.

“Gostei da tia Ana, gostei de desenhar..adorei o passeio.
Everton,11 anos -Oficina de Informática.
Por: Karlana Bianca

sábado, 24 de maio de 2008



No dia 10 de maio o núcleo da CUFA Cidade de Deus realizou uma homenagem às mães da comunidade, no Espaço Cultural da Cidade de Deus.As crianças das oficinas de break , informática e futebol que freqüentam nossa sala de leitura leram poemas Mário Quintana, Os jovens da Oficina de Teatro Adolescentes fizeram uma Esquete “Socorro! Mamãe Pifou !”mostrando a dura jornada de trabalho das mães seguido de um bate papo animado com os presentes, falando um pouco como foi a elaboração da esquete e como é o dia a dia com suas mães.Para encerrar o dia tivemos ainda a participação muito especial da cantora Natacha, moradora da comunidade que interpretou a música “Fico assim sem você” de Adriana Calcanhotto as crianças das oficinas de Graffiti e basquete e sala leitura em homenagem as mães presentes. A manhã terminou com um animado lanche confraternizando mães, filhos e colaboradores da CUFA.Por Karlana Bianca Matos